terça-feira, 20 de abril de 2010

Pedágio na rodovia Homero Severo Lins


Os prefeitos de Rancharia, Alberto César Centeio de Araujo (PSDB), de Martinópolis, Waldemir Caetano de Souza (PSDB), e o de Quatá, Marcelo Péchio (PDT) reivindicaram junto ao secretário de Transportes, Mauro Arce, melhorias para a rodovia Homero Severo Lins, que passou a ser rota de caminhões pesados depois que o governo criou pedágios na rodovia Raposo Tavares.

Os prefeitos estiveram com o secretário em um evento realizado em Serra Negra (SP) na semana passada. Na ocasião, repórter da Rádio Globo de Presidente Prudente, do programa Rádio Cidade, entrevistou o secretário que admitiu, segundo nota publica no jornal “Oeste Notícias”, edição de 25 de março, que havia sido procurado pelos prefeitos que sugeriram a implantação de um pedágio nas proximidades de Rancharia.

O prefeito de Rancharia, também segundo a Rádio Globo, admitiu, em entrevista, a instalação de um pedágio para conter o fluxo de caminhões na SP-284.

Na mesma edição do Oeste Notícias, o colunista Neif Taiar, que também trabalha na Rádio Globo, escreveu que o prefeito Iéia, de Rancharia, “coincidentemente presidente da Unipontal, é o mais animado com o posto de pedágio na rodovia” e que teria alegado que a nova praça a ser construída “tende a dar segurança aos viajantes”.

Ainda, segundo Neif, o prefeito de Rancharia foi consultado se não seria melhor pedir a retirada de algumas praças existentes, barateando o custo para os que se utilizam da estrada secundária, “confessou estar satisfeito com a medida preconizada”.

A atitude dos prefeitos foi criticada pelo jurista Zelmo Denari, presidente da ONG Cidadania: “Isso é uma falta de consideração com os munícipes destas cidades. Os prefeitos deveriam pensar melhor antes de fazer esse tipo de pedido”, disse Denari.

O jornal O Imparcial de Presidente Prudente entrou no assunto na edição do dia 26 de março. O veículo de comunicação repete a informação do secretário de Transportes, Mauro Arce, segundo a qual os prefeitos de Rancharia, Martinópolis e Quatá haviam solicitado a instalação de uma praça de pedágio na rodovia Homero Severo Lins.

O prefeito de Martinópolis, Waldemir Caetano de Souza (PSDB), admitiu o pedido. “Se para a realização de melhorais for preciso a instalação da praça de pedágio, que seja feita”, disse ao jornal.

O prefeito de Rancharia, Iéia, tentou atenuar o seu pronunciamento à Rádio Globo de Presidente Prudente e admitiu apenas que sugeriu a cobrança de pedágio dos caminhões. “Os carros pequenos ficariam isentos”, afirmou ao jornal.

Uma outra ONG, a Nós Podemos, reagiu ao pedido dos prefeitos. “Esta notícia causa indignação e estranheza, pois em todo Estado vemos o empenho de prefeitos e demais autoridades em diminuir os pedágios já existentes”, disse Anna Cláudia Berno, presidente da ONG.

Bugalho terá reunião com secretários para tentar reduzir pedágios


O promotor licenciado de meio ambiente e pré-candidato a deputado federal, Nélson Bugalho (PSDB), anunciou aos coordenadores do  movimento pela redução das tarifas de pedágio na região.
Bugalho terá uma reunião no próximo dia 15, em São Paulo, com os secretários estaduais Luiz Antônio Marrey, da Casa Civil, e Mauro Arce, dos Transportes. Na pauta, negociações para a possibilidade de o Estado efetuar estudos visando à redução das tarifas de pedágio. “Falei com o Secretário Marrey e marcamos esse encontro para discutir o pedágio, do qual certamente também participará o secretário de transportes”, afirmou Bugalho.
 
Como subsídio para a audiência do promotor com as autoridades estaduais, os participantes aprovaram então a realização de uma nova reunião de mobilização, agora com lideranças e autoridades de todos os municípios da região, destacadamente os prefeitos e presidentes de câmaras, para o próximo dia 13, na sede da OAB local. A idéia é aprovar nesse dia uma “Carta de Santo Anastácio e Região”, em que se elencarão os argumentos e estudos técnicos “demonstrando as irregularidades e os abusos pela cobrança excessiva das tarifas e atestando a mobilização da comunidade regional por uma alteração dos preços”, afirmou  Anna Cláudia Berno, que fez uma síntese das decisões e encaminhamentos.
O presidente da OAB local, Luís Infante, ressaltou a justeza da luta pela redução das tarifas de pedágio e colocou a sede da entidade à disposição: “A Ordem tem de estar ao lado dos cidadãos e não é justo que pessoas que usam a estrada diariamente para trabalhar em cidades vizinhas, principalmente Prudente, e  tenham de pagar tão caro para isso”.
 
Além da “Carta de Santo Anastácio e Região”,  os organizadores do movimento vão entregar a Bugalho documentos e estudos técnicos, para que ele leve ao governo estadual. “Nós não podemos garantir nada, mas o simples fato de estarmos abrindo uma brecha para negociações já é uma boa notícia”, disse Bugalho.